A perceção de leite materno fraco ou insuficiente é um denominador comum a muitas mães na fase de amamentação. Por falta de confiança na sua capacidade de amamentar, muitas mulheres acreditam ter pouco leite ou que o seu leite é fraco. Na maioria das vezes, isto não passa de uma perceção equivocada e, frequentemente, reforçada por familiares e pessoas próximas em resposta ao choro do bebé.
Quase todas as mulheres conseguem produzir leite numa quantidade que supera as necessidades do bebé. Um bebé pode não o receber em quantidade suficiente mas, geralmente, é porque não está a mamar o que necessita ou não é amamentado eficazmente. Raramente, está relacionado com questões da produção.
O choro “em demasia”, persistente ou frequente é, durante os primeiros meses, uma razão que leva a mãe a pôr em causa a qualidade do seu leite. Muitas iniciam até suplementos desnecessários ou alimentos complementares.
O choro é uma forma de comunicação do bebé e é multifatorial. Uma das suas causas pode, realmente, ser fome. Fome, por exemplo, por não conseguir obter facilmente o leite que necessita ou por estar a atravessar um período em que necessita de mais quantidade, como acontece durante os picos de crescimento.
Muitas vezes, o bebé não consegue obter leite facilmente por mamadas ineficientes devido a má pega ou posicionamento inadequado na mama. Isto pode resultar numa maior demanda do bebé por mamadas mais frequentes e/ou prolongadas para obter leite suficiente. Nestes casos, a mãe e o bebé necessitam de ajuda para que as mamas sejam esvaziadas em cada mamada.
Quando um bebé está a atravessar um pico de crescimento, ele parece ter mais fome durante alguns dias. Isto acontece possivelmente porque ele está a crescer mais rapidamente do que antes. Nestes períodos o bebé exige ser alimentado mais vezes, não porque o leite perdeu qualidade e agora já não o satisfaz mas sim porque as suas necessidades aumentaram.
Importante frisar: sempre que surja alguma dúvida, questão ou insegurança relativa a esta temática que se contacte um profissional de saúde que consiga realizar uma avaliação e consequente aconselhamento.
Enfª Ana Patrícia Dias - Pós graduada em medicina neonatal e conselheira de aleitamento materno pela UNICEF/OMS.
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